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Please download to view (https://docslide.com.br/download/link/1026-2) 1. MATERIAL DIDÁTICOPROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO: IMPASSES, OBSTÁCULOS, SUPERAÇÃO *1 DOMINGUES, Maria das Graças Teodoro [email protected]** 2 GOMIDE, Angela Galizzi Vieira [email protected] artigo apresenta discussões sobre a organização do trabalho pedagógico daescola

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dando ênfase para o Projeto Político-Pedagógico do Curso de Formação deDocentes. A concepção desse documento como eixo organizativo do trabalhoescolar, a formação continuada dos educadores e a importância das condiçõesinstitucionais para tal em busca da autonomia, da democracia e da cidadaniaconstituíram-se os principais eixos

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uma cultura em busca da democracia eda cidadania como processos estratégicos epistêmicos dos sujeitos rumo

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àemancipação, só será possível quando a participação e a atitude democrática seesvaziarem de discursos que dependam

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teóricos da discussão, a qual se baseou em umapesquisa na área. O objetivo do trabalho permitiu uma opção metodológica queprivilegiou aspectos qualitativos na análise do projeto político. Numa análisepreliminar constatou-se que a superação de

de concessões, pois a cidadania não seconcede, se realiza e se constrói todos os dias. Estas questões estão teoricamentecontempladas no projeto político-pedagógico, mas correm o risco de esvaziamento,já que podem ser praticadas em outras dimensões e conceitos que condizem maiscom uma educação de cunho funcionalista. Restringindose à consciência do quereracertar, com várias ações bem intencionadas, mas com necessidade em revercertas posturas e concepções que ajude a pensar a prática docente numa visãoemancipadora, cabendo o desafio de socializar conceitos mais aprofundados. Alinha epistemológica que subsidia o trabalho associa-se à linha de pensamento deDermeval Saviani.Palavras-chave: Projeto Político-Pedagógico, Formação Continuada, Democracia,Cidadania.ABSTRACTThis article

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presents arguments about the organization of school pedagogical workemphasizing Politician-Pedagogical Project of the Teaching Formation Course.1 * Pedagoga, professora do Colégio Estadual Cristo Rei – Ensino Normal deCornélio Procópio/PR.2 ** Pedagoga, professora da Universidade Estadual de Londrina, doutoranda PUC/ Curitiba/PR 2. This document notion as a point of organization of the school work, the educator´scontinued formation and the effect of the institutional conditions for such subject insearch of the autonomy, of the democracy and the citizenship composed the maintheoretical axiom of the discussion that is based upon a research in the specific area.The purpose of the work allowed

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a methodological option that privileged qualitativeaspects in the analysis of the politician project. Preliminary analysis evidenced thatthe overcoming of a culture looking for autonomy, democracy and citizenship, asepistemic strategic processes of the citizens directed to emancipation, it will only bepossible when the participation and the democratic attitude becomes empty ofspeeches that depend on concessions, therefore the citizenship takes place andbuilds itself everyday. These cases are theoretically showed in the Politician-Pedagogical Project, but are supposed to become empty, on account of being usedin another dimension and concepts, which are more suitable with a functionalinstruction. Restricting it the

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Novas 1026 (https://docslide.com.br/law/novas1026.html) Law

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conscience to make it right, with several well intentionedactions, occurs the necessity to review certain positions and conceptions that help tothink about teaching training in an emancipated point of view, where the challengefits to socialize

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view.Key words: Politician-Pedagogical Project, Continued (Teaching) Formation,Democracy, Citizenship.INTRODUÇÃO A

Iff 1026 (https://docslide.com.br/education/iff1026.html)

introdução deste artigo será de uma forma diferente, ou seja, a partir de umtexto de Ribeiro (2007) denominado

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more deepened concepts. The epistemological view that conducts thework associates it to Dermeval Saviani´s point of

Balanço:Nos últimos anos, pouco a pouco no Brasil e no mundo,as ideologias políticas, os pendores revolucionários e osfervores religiosos tradicionais perderam o poder deatração sobre o povo. Começaram ao mesmo tempo, adifundir-se seitas e práticas místicas, que, com o apeloa biorritmos, drogas, astrologia, dietas místicas efeitiçarias, orientam a vida de milhões de pessoas, natentativa de devolver-lhes o equilíbrio emocionalindispensável para enfrentar suas mazelas existenciais,mas desativando-as como protagonistas da história econstrutoras de seu próprio destino. O Brasil cresceuvisivelmente nos últimos 80 anos. Cresceu mal, porém.Cresceu como um animal mantido desde cedo, dentrode uma jaula de ferro. Essa jaula são as estruturassociais medíocres, inscritas nas leis, para compor umpaís da pobreza na província mais bela da terra. Sendoassim, no Brasil do futuro, a maioria da populaçãonascerá e viverá nas ruas, em fome canina e ignorânciafigadal, enquanto a minoria rica, com medo dos pobres,se recolherá em confortáveis campos de concentração,cercados de arame farpado e eletrificado. Entretanto, é1 3. tão fácil se livrar dessas teias, e tão necessário, quedói... à conivência culposa.A solução para estes problemas numa

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tentativa de superação é a educação.É disto que precisa o Brasil e é disto que trata o presente artigo.Desigualdades e tensões têm caracterizado a sociedade brasileira, exigindodas instituições públicas o comprometimento com o bem coletivo. As enormesdimensões de inferioridade tornam necessários projetos coletivos dotados desustentação cidadã. As intranquilidades que surgem, quando são avaliadasestratégias para a superação da desumanidade historicamente estabelecida, sãoresultantes da percepção da complicação dos problemas vividos no contexto com oqual a sociedade interage. Essas intranquilidades merecem tanto mais atençãoquanto mais se toma consciência das responsabilidades associadas às tomadas deposições diante dos problemas com que se defronta a escola. Nesse cenário adverso, é forçoso agir em direção à democratização daescola, repensando a sua organização através de programas internos que

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2011 10-26 bpm¨&user storiesmartin_schimak (https://docslide.com.br/documents/201110-26-bpmumluser-storiesmartinschimak.html) Documents

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possamarticular e consolidar mecanismos de participação e construção da autonomiaescolar. A escola, inserida como está numa totalidade social que se constituihistoricamente e que tem como função social a apropriação do conhecimento, lidacom formas de organização, valores, normas e regras. Neste contexto, asconcepções de educação que podem permitir o cumprimento de sua função social,necessariamente, devem perpassar as necessidades locais. Dessa forma, é que sefaz necessário a análise do projeto político pedagógico como eixo organizativo dotrabalho escolar, suas concepções, sua relevância para a escola. Seu sentidoenquanto instrumento de construção da autonomia, democracia e cidadania podemservir para refletir, alertar, sinalizar possibilidades, e principalmente, a busca dealternativas para a transformação do contexto escolar visando a melhoria daqualidade da educação através de aspectos que merecem destaque: a formaçãocontinuada da comunidade escolar. O trabalho coletivo dos profissionais, a formaçãodos educadores e a

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viabilizem a formação continuada em serviço são indicativas dedesenvolvimento profissional assentados sob uma base

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pedagógica, político- 2

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importância das condições institucionais para tal – PPPconstituíram-se os eixos teóricos da discussão.Ações que

4. profissional, portanto, aqui encarado como elemento estratégico democrático paramelhorar de fato a qualidade da educação.Conforme afirma DUARTE (2007) no que diz respeito à formação dosprofissionais da educação, de pouco ou nada adianta o professor se formar namelhor universidade “se não for desenvolvida uma análise crítica da desvalorizaçãodo conhecimento escolar científico e teórico, contida no ideário que se tornoudominante no campo da didática e da formação de professores.” As concepçõesnegativas que permeiam o ato de ensinar, as quais condizem com teorias como doprofessor reflexivo, pedagogias das competências, escolanovismo, construtivismo,epistemologia da prática e outras tantas nomenclaturas que poderão surgir seimbricam na prática de muitos profissionais da educação.De pouco ou

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nada servirá qualquer esforço se a escola não sustentar no seuprojeto maior, o Projeto Político-Pedagógico, um alerta sobre a necessidade deanálises rigorosas dos fundamentosfilosóficos, da problematização dospressupostos epistemológicos e pedagógicos que desvalorizam a transmissão eassimilação do conhecimento através da escola. A união de esforços num trabalhoparticipativo indica possível superação de idéias hegemônicas que vem sendo, emlarga escala, difundidas por muitos intelectuais brasileiros, fatos que acentuamprocessos particularizados, subjetivos, em detrimento de avanços teóricos.Pela primeira vez na história da educação brasileira, o governo institui umaúnica concepção pedagógica como prática acadêmica obrigatória para todos osgraus de ensino, chamada ainda segundo Duarte (2007) de “pedagogias doaprender a aprender”, nas quais os alunos “desaprendem” se não houver um aportereflexivo. Essas idéias estão

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difundidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais.A preocupação em desvendar a ideologia que está por trás do contexto devedar-se através de reflexões que levem o indivíduo a ser capaz de estimular suahumanização, se qualificar e não se adaptar à ordem vigente, a mecanismos desujeição, a se contentar com respostas simples ou desinteresse em aprofundálas,aceitação e adesão de verdades estabelecidas, divulgadas e repetidas que não sãoquestionadas, percepção com naturalidade da organização da sociedade divididaem classes, incapacidade do homem de perceber que ele tanto produz a riquezaquanto a pobreza. Em decorrência, o presente estudo aborda a importância dasdiferentes linguagens que são próprias da organização do trabalho pedagógico na3 5. escola, em especial a do projeto político-pedagógico discutindo contribuições de umprojeto de formação continuada

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como ferramenta para o processo de planejamentoe desenvolvimento do trabalho educativo. Espera-se entendê-lo como uminstrumento de construção da autonomia, da democracia e da cidadania comoformas de emancipação humana.Apesar de alguns avanços educacionais, presencia-se um panorama comsérios problemas, desde um manejo ideológico de leis e textos escolares até oelitismo, mostrando que a escola perdeu sua condição preponderante de ensinar,sua maior especificidade, o que acentua ainda mais as desigualdades sociais.Como fazer a articulação das indagações que devem ser assimiladas com asreais necessidades das práticas profissionais e até que ponto as repercussões deestudos enriquecem as práticas dos profissionais é reforçar o propósito deaperfeiçoar ações para melhorar as condições de desempenho docente econsequentemente discente, ampliando e melhorando a qualidade do acesso àsinformações em sintonia com a realidade local. Compreender que articulaçõespodem ser construídas entre projeto político-pedagógico da escola e a formaçãocontinuada de alunos, educadores e conselheiros escolares contribui para umaprática social integrada e emancipada.O projeto político-pedagógico é uma temática bastante debatida no cenárioeducacional e paranaense, mas ainda não está entendido como exercício deemancipação e autonomia, tendo como meta a cidadania dos sujeitos. Para tal,precisa-se dar conta do conhecimento da sua filosofia, das políticas e dos objetivos,permitindo constante avaliação e reflexão em direção à sua qualidade e efetivação,portanto, precisa ser conhecido, debatido, refletido e estudado por todas as pessoasde todo segmento escolar.Dessa maneira, pleiteia-se fazer estabelecer reais necessidades sociais, emque todos os indivíduos estejam no exercício de sua condição de sujeito. E o PPPcoloca, juntamente com os conceitos que fundamentam as suas percepções e deacordo com a sociedade e a época histórica, quais os imperativos sociais maisindispensáveis no espaço escolar. Suas raízes contemplam o reflexo de sociedade aqual responde, onde as importantes transformações de natureza social, política eeconômica contemporâneas acarretam grande impacto nos papéis dos diversosprofissionais devido às alterações que se originam nas conjeturas neoliberais e namundialização da economia que são os eixos das políticas governamentais, fatos 4 6. estes que interferem sobremaneira nas definições das especificidades daorganização escolar.Formar cidadãos capazes

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de compreender a realidade atuando na busca dasuperação das desigualdades, fruto das contradições do capitalismo, requer muitoempenho na elaboração de propostas consistentes que ajudem na realização depropósitos que se almejam. De acordo com Paro (2007, p. 114), [...] mas proporcione aos professores formação em serviço, com assessoria permanente e tempo reservado em suas atividades escolares para discutir seus problemas, tomar contato com uma visão revolucionária e democrática de educação e aprender metodologias mais consentâneas com tal visão.Isso ganha força na construção, na reconstrução e na avaliação do projetopolítico-pedagógico, no coletivo da escola, na participação democrática, a formaçãocontinuada em serviço necessita ser uma das ações do PPP. Ao assegurar ofuncionamento dessa formação, entendendo de que forma estas questões sãocontempladas no PPP e até que ponto repercute na escola é um subsídio para que ateoria e a prática se efetivem numa relação includente, num compromisso políticocom a realidade. Ao alavancar como meta a autonomia dos sujeitos, pretende-seelevar a compreensão do ensino em seu mais alto nível, nos termos culturais,sociais, políticos, éticos e estéticos, portanto, a plena cidadania, aqui entendidacomo direito inalienável e insubstituível de todos à apropriação do saber, que é amaior especificidade da escola. Como diz Saviani (p. 410, 2007): [...] de um trabalho pedagógico vinculado aos interesses da maioria da população; de uma escola pública de qualidade acessível a todos; de uma democratização plena; de um ensino que tornasse acessível à população os conhecimentos produzidos socialmente.A elaboração do projeto político-pedagógico, seu entendimento, suaimportância política para a escola, deve ser imbuído com os interesses dapopulação. A reflexão sobre a prática, sua fundamentação, só será possível seforem criadas condições concretas para a formação continuada em serviço daspessoas de todos os segmentos escolares, tarefa não só dos governos e órgãossuperiores, mas também da própria escola. Esta, ao iniciar a construção do seuprojeto, sua efetivação na prática, sua reelaboração, deve pensar um processo deformação continuada como política interna da escola. 5 7. Nesse contexto, surgem alguns questionamentos junto aos educadores sobrequal é o papel social da escola e qual a melhor forma de organização do trabalhopedagógico no sentido dessa escola ser responsável pela promoção dodesenvolvimento do cidadão no sentido pleno da palavra: cidadania. Cabe-lhetambém a incumbência de definir que mudanças julgam necessárias fazer nessasociedade, através das mãos da própria comunidade escolar.Os conceitos usados como parâmetros para análise deste estudo, comoautonomia, emancipação, democracia e cidadania, se imbricam e se interrelacionamentre si, portanto, não se separam em seu contexto mais amplo: autonomia, criaçãocoletiva e democrática de ações; emancipação, liberdade com responsabilidade;democracia, liberdade que se constrói com o outro através do diálogo; cidadania,como processo que abre caminhos para se chegar a uma humanidade maisdecente, livre e justa a cada dia, opção de escolha do indivíduo frente àsexperiências teórico-práticas, podendo escolher que cidadania, que trabalho, queautonomia, que democracia, que emancipação e que vida querem para si mesmos.A cidadania se constrói num processo que se dá no interior da prática social epolítica das classes, e se conquista a cada dia. Buffa (1991 p.79 ) assim seposiciona: As lutas pela escola e pelo saber, tão legítimas e urgentes, vêm se constituindo um dos campos de avanço político significativo na história dos movimentos populares e na história da construção da cidadania. Por este caminho nos aproximamos de uma possível redefinição da relação entre cidadania e educação. Há relação entre ambas? Há e muita, no sentido de que a luta pela cidadania, pelo legítimo, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A educação não é uma precondição da democracia e da participação, mas é parte, fruto e expressão do processo de sua constituição.A importância da criação de espaços coletivos para estudos devem sergarantidos por uma gestão democrática na escola, pelos órgãos mantenedores, pelotrabalho comprometido do pedagogo e da direção, pela participação dos alunos e dacomunidade civil, neste caso os conselheiros escolares, pelo estabelecimento efortalecimento de estudos através de uma política pedagógica que possa orientar aprática educativa e autonomia intelectual através da formação continuada. Esta,6 8. segundo a qual nas diretrizes da política educacional ganha corpo e relevância naatualidade, pode tornar, assim, um projeto permanente, efetivo, na própriainstituição. O papel do pedagogo é fundamental, ele precisa manterseconstantemente atualizado, realizando leituras específicas de sua área de atuação,bem como a respeito de assuntos relacionados à política educacional.Torna-se imprescindível a escola ter momentos que consolidem essa práticapara que nenhum profissional da educação seja confrontado com as própriasfraquezas ideológicas e pedagógicas, que inconscientemente atuam contra aintenção subjetiva de emancipação do próprio educador. É preciso ter humildadepara reconhecer as próprias limitações, atualmente ninguém está imune às práticasinjustas da escolarização. São várias as ações bem intencionadas da escolapesquisada, os projetos de estudos acontecem, porém, desarticulados, haja vista aalegação de muitos profissionais de não terem tempo, outros não tem interesse,outros pensam na certificação, somente. A análise das dificuldades apresentadaspoderá subsidiar a organização do trabalho escolar em consonância com o projetopolítico-pedagógico na busca de superação dos problemas.Os saberes são processos que desvendam os instrumentos de emancipaçãoe autonomia do ser sujeito que precisa entender a sociedade e atuar como autor,construtor e reconstrutor de realidades. É fundamental, entretanto, que se reflitasobre a realidade para que se possa ampliar o contexto na qual está inserido.Fazer da escola um espaço contrário às altas taxas de fracasso escolar eexclusão, é estar comprometido com a formação de cidadãos que possam contribuirpara a superação das contradições sociais. A sugestão de projetos que viabilizematitudes e posturas que resultem num processo de formação e aquisição deconhecimentos é uma iniciativa que articula todos num processo de renovação deconhecimentos. Repensar a práxis educativa aliando teoria e prática, nummovimento de estímulo ao educador a progredir, a envolver-se constantemente como progresso escolar dos alunos, reforça a escola como um lugar privilegiado deacesso aos saberes.O encaminhamento metodológico do presente estudo apresenta a concepçãohistórico-crítica da educação como uma das abordagens possíveis de interpretaçãoda realidade concreta e educacional a qual se associa à linha de pensamento deDermeval Saviani. A análise do contexto de trabalho através de um aporte de campoe a reflexão teórica por meio de fontes de referências oferecem condições plausíveis 7 9. para que os problemas existentes sejam por todos superados e compreendidos emseus mais diversos e contraditórios aspectos, o que caracteriza a pesquisaqualitativa. A intenção em compreender e refletir a dinâmica da escola justifica essaabordagem, cuja preocupação essencial é o significado que os sujeitos dão àsinformações, o que propicia a descoberta de novos elementos e de novos rumos quepossam propor mudanças necessárias. O tipo de estudo de dados empíricos, omonográfico, caracteriza-se como representativo de outros semelhantes, portanto deoutros colégios que ofertam o curso de formação de docentes.Este artigo compõe-se de temas articulados entre si: Introdução; ProjetoPolítico - Pedagógico: caminhos e descaminhos, avanços e retrocessos; ProjetoPolítico - Pedagógico como gestor da gestão democrática na escola; Formaçãocontinuada em serviço: entre o projeto político-pedagógico e a práxis; e mais asconsiderações finais. Todavia, a idéia norteadora é a de considerar a escola comoponto de partida e ponto de chegada, tendo como parâmetro sua responsabilidadeno sucesso ou no fracasso escolar do aluno.PROJETO POLÍTICOPEDAGÓGICO: CAMINHOS E DESCAMINHOS, AVANÇOSE RETROCESSOSNo artigo 2º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Brzezinski (2000 p.277) “a educação tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seupreparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” Mas umtrabalho que sirva, acima de tudo, para o desenvolvimento de todas aspotencialidades do ser humano, para melhorar sua vida e de todos, isto é cidadania.As leis têm que sair do papel e a escola é um lugar privilegiado, já que é nela quedesemboca toda prática educativa.Sácristan (1999, p. 276) justifica que é preciso reafirmar a idéia de que aescola tem sentido, porque é, justamente, uma organização que garante os direitosdos cidadãos à educação e a recebê-la em determinadas condições. É tambémgarantia para pensar nas necessidades da sociedade em seu conjunto.”A escola, sendo o lugar por excelência do projeto sócio-histórico eeducacional, deve instituir e entrecruzar o projeto de sociedade com o projetopessoal dos sujeitos num processo coletivo que viabilize ações pedagógicasimpregnadas de finalidades políticas, da práxis humana, intencional, se efetivandocomo mediação para a construção da cidadania. O fim último da escola é a sua 8 10. construção, e esta tem no Projeto Político-Pedagógico um instrumento importantepara atingir sua finalidade maior. Portanto, a escola precisa se organizar e elaborarum planejamento que auxilie nesse trabalho. E isso se concretiza através daviabilização e concretização das ações educacionais, portanto, a íntima relaçãoentre o projeto político pedagógico e a formação continuada na escola, torna-oinstrumento privilegiado de participação de todos na apropriação de

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conhecimentosteóricos em busca de cidadania que se deseja construir. Para dar conta do atraso educacional que passa toda a sociedade énecessário constituir uma rede de educação comprometida, que traga avanços.Conclamar a própria comunidade escolar para se comprometer com mais coragem eousadia diante de uma escola que não se quer seletista e excludente, uma escolaque não tenha como linha mestra as teorias que desvalorizam a transmissão eassimilação de conhecimentos científicos, as quais estão inseridas nos contextosepistemológicos hegemônicos da sociedade educacional a serviço doneoliberalismo, é conclamar a todos a não inserção dessas políticas, pois são sériasas conseqüências no âmbito das esferas pessoais, sociais, culturais e econômicas. A possibilidade de que a escola consolide as atividades que se referem à suafunção social almejando a qualidade da educação como processo de emancipação,depende cada vez mais de uma definição clara de seu papel como instituiçãopública. As concepções que norteiam o Projeto PolíticoPedagógico devem, comrigor, ser conhecidas pelos membrosdaescola, que, conscientesdastransformações da realidade, possam realizar intervenções na prática. Essas intervenções devem acontecer de maneira que a realidade conduzamudanças que minimizem a diminuição da desigualdade social. Se não colaborarpara esse sentido considerando a grande responsabilidade que lhe cabe, a escolaestará contribuindo para o aumento de problemas. Á ela, como instituição pública egratuita, compete firmeza de sua posição como responsável por benefícios àcomunidade. A interação com o contexto que a mantém torna-a comprometida coma confiança que a sociedade lhe concede. Para isso a instituição escolar não pode abster-se do mundo da política,porque tal fato provocaria a impossibilidade total de cidadania e democracia. Essesconceitos e ações se aproximam do projeto político-pedagógico, haja vista algunstermos indicarem que se reflita na atuação da vida na sociedade. Como afirma Boff (1999, p.35): 9 11. Ao ideal democrático (...) o ser humano é essencialmente um ser de participação, um ator social, um sujeito histórico pessoal e coletivo de construção de relações sociais o mais igualitárias, justas, livres e fraternas possíveis dentro de determinadas condições histórico-sociais. Entre os diversos modos de ser da escola e de sua subjetividade, o projetopolítico-pedagógico é um documento que na prática sempre teve dificuldades parase definir e encontrar mecanismos de superação das próprias limitações. Premidoentre os trabalhos coletivos no cotidiano da escola, sofre de crise de identidade, dasindefinições relacionadas ao currículo e principalmente, algumas vezes, por falta derecursos humanos culturais, políticos e epistêmicos, processos que são compatíveise inseparáveis de necessidades que lhe são próprias para se tornar realidade.A elaboração da “proposta pedagógica,” advinda com a nova LDB em 1996,nas escolas, veio com o princípio da autonomia. Mas, apesar dessa autonomiadivulgada, não é levado em conta a grande diversidade que existe.Veiga (2004, p.79) constata: A proposta pedagógica, ao se constituir em documento, é instrumento de trabalho de uso da instituição e da comunidade escolar, não se sujeitando ao crivo de aprovação externa, a não ser na hipótese de exame de apreciação de eventual ilegalidade. Assim, a importância de sua dimensão reside no fato de atingir a organização do trabalho pedagógico e as funções da escola.Neste contexto, a elaboração do projeto político-pedagógico, tendo suafinalidade maior a própria escola, necessita ser orientando através de teoriasconsistentes, pois nessas condições seu acompanhamento, realimentação eavaliação oferecem requisitos para sua efetivação. A autonomia responsável com osujeito social oportuniza construção, definição de metas coletivas e revisão deobjetivos que se quer alcançar.Ora projeto pedagógico, ora proposta pedagógica, acabou sendo identificadocomo projeto político-pedagógico, termo de preferência dos intelectuais estudiososda explicitação de contradições que permeiam a vida das pessoas, contradiçõesestas baseadas no sistema sócio-metabólico do capital. Entretanto, apesar de estarintimamente articulado ao compromisso sócio-político e com os interesses reais ecoletivos da maioria da população, segundo Veiga (2004), a Lei de Diretrizes eBases da Educação não conceitua nem diferencia as diferentes expressões. 10 12. De acordo com a deliberação nº 014/99 do Conselho Nacional deEducação e as orientações da Secretaria Estadual de Educação do Paraná, SEED,em consonância com a LDB9394/96 a nomenclatura adotada oficialmente éproposta pedagógica. Há mais de duas décadas, com uma aparente redemocratização no País,levantaram-se expectativas de desenvolvimento, e no plano educacional astendências críticas da educação se fizeram emergentes, como a históricocrítica quefoi fundamentada nos pensamentos de Saviani (1998). Período rico em debates,discussões, seminários, visando a melhoria da educação, em que Libâneo (2003,p.138), sinaliza da seguinte maneira: O debate acerca da qualidade da educação com o esgotamento da ditadura militar iniciou-se concomitante a um processo de retomada da democracia e de reconquista dos espaços políticos que a sociedade civil brasileira havia perdido. A reorganização e o fortalecimento da sociedade civil, aliados à proposta dos partidos políticos progressistas de pedagogias e políticas educacionais cada vez mais sistematizadas e claras, fizeram com que o estado brasileiro reconhecesse a falência da política educacional. Isso impeliu os intelectuais progressistas a participar no campo político de forma enfática, ocasionando várias mudanças: a descentralização da administração com formas de gestão democrática na escola, participação dos professores, funcionários, alunos e pais, além de eleições diretas para diretores. Apesar desses esforços e avanços, a escola pública continuou com aelitização da educação, que segundo Aranha (1996, p. 221) afirma, “... a escola dequalidade cada vez mais restrita a grupos privilegiados, enquanto a pública se reduza condições lamentáveis.” A luta para uma escola de todos é da sociedade, afinal naconstituição está escrito que a educação constitui um direito subjetivo, portantoinalienável. Ao iniciar o processo de redemocratização, o Estado do Paraná, estando navanguarda do processo, apresenta o projeto político-pedagógico possível, ainda commuita abstração, o que teve como resultado após muitos estudos e reflexões, aelaboração do Currículo Básico, que ainda na atualidade continua a expressar ograu de consciência político-pedagógica de grande importância. Serviu de parâmetropara a elaboração das Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado. (ARCO VERDE, 2003).11 13. Mas esse grau de consciência político-pedagógica, após uma grande lacunaocasionada pelo governo Lerner que, com propostas neoliberais, financiamentosexternos do Banco Mundial – BM e Banco Interamericano de Desenvolvimento – BIRD, fizeram com que as idéias político-pedagógicas difundidas pela concepçãohistórico-crítica fossem seriamente comprometidas. Sob a ótica das competências ehabilidades a serviço do neoliberalismo em todas as suas dimensões, contexto esteoficializado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais e pelo relatório da ComissãoInternacional da UNESCO, conhecido como Relatório Jacques Delors que trata entreoutras questões dos quatro pilares da educação, a cidadania plena dos indivíduosfica seriamente comprometida, pois significa apenas adaptabilidade ao mercadoprodutivo consumista frente a uma sociedade injusta.O contexto em questão, década de 90, segundo Frigotto (2005,p.263):Tem o pensamento neoliberal assumido pela classe dominantebrasileira, traduzido pela tese do ajuste mediante a reforma doEstado, pelas privatizações do patrimônio público e aampliação do poder do capital sobre o trabalho, pela derrocadados direitos trabalhistas e pela internacionalização daeconomia, o que traz para a sociedade enormes danos.Como se vê, a contribuição na difusão de propostas liberalizantes emnível nacional e estadual contou com vários mecanismos. O escasso investimentoem educação pôde ser evidenciado, a sociedade passa a conviver com ocrescimento do trabalho informal, as incertezas do trabalho formal e maisanalfabetismo. E nessa política é elaborado o projeto pedagógico nas escolas em2001. De acordo com Arco Verde (2003), sua elaboração deixa um quadrodesfigurado de currículo do estado, perspectivas nocivas interferiram na práticaescolar, como a ausência de um trabalho sistemático e coletivo. Ainda, mesmogarantindo alguma autonomia, deixou um processo organizativo individual, sem sercapaz de buscar o princípio da igualdade para garantir a todos o acesso à educação.O que se observou na educação nacional e paranaense foi acontinuidade da escola trabalhando como outrora, sem ações concretizadas. Dessaforma, o que se presenciou entre 1995 a 2002 foi uma precarização total da escolapública no Paraná.De acordo com Arco-Verde (2003, s.p.):12 14. A escola pública do Paraná sobreviveu a este governo, depolíticas equivocadas em relação ao sistema educacional. E énessa escola de resistência que se crê, e é nela que reside aintencionalidade da dimensão pedagógica, cuja definição estáno esclarecimento de ações educativas e de seu papel, e quepossibilitem a formação do cidadão participativo, responsável,compromissado, crítico e criativo. Uma escola cuja supremaciaé o trabalho com o conhecimento escolar. Conhecimento este,que é específico, advindo da produção intelectual dos homens,mas que serve para possibilitar também o conhecimento amplo,na ação humana, numa teia de relações sociais, as quaisgeram novas necessidades de reflexões e elaboraçõesteóricas.E é dessas questões que o projeto político-pedagógico tem que dar conta.Sua relevância social é o compromisso com a construção de uma escolaverdadeiramente includente, de boa qualidade, transformadora, tendo como caminhoo comprometimento com o trabalho visto como um princípio educativo, a práxiscomo princípio curricular, e o direito ao atendimento escolar, processos que sãosegmentos do Ensino Básico.A luta pela democratização, pela qualidade na transmissão e assimilação dossaberes, por uma educação pública gratuita e universal para todos, permeia aspolíticas públicas educacionais da Secretaria de Estado da Educação do Paraná naatual gestão do governo Requião. As orientações advindas apresentam umaconcepção de educação e de escola que, teoricamente, são progressistas, pareceque agora as coisas estão andando, mas as preocupações continuam, haja vistaque a história é demarcada por rupturas, mandos e desmandos. Antes, haviagargalos intransponíveis, estão sendo encontrados caminhos. O atual contexto daeducação paranaense constitui-se em uma nova situação, uma situação positiva queemerge nas escolas. Esse trajeto com certeza levará a educação para um processoemancipatório.Mas ainda se deparam com certos limites e certas impossibilidades de seefetivarem na prática cotidiana da escola uma gestão democrática e participativa,tornam-se necessárias maiores articulações com uma política de formaçãocontinuada em serviço a partir da escola, na escola e para a escola, pois se entendeque buscar soluções no pedagógico para de fato acontecer um projeto político quedê conta da construção da autonomia, da democracia e da cidadania comoprocessos inseparáveis, são caminhos que podem ser contemplados através de 13 15. programas e projetos. É grande a responsabilidade dos profissionais que atuam naescola para que estas questões não se esgotem em meros discursos.Para Gramsci (1986) o projeto de sociedade que se quer tem queestar relacionado com o projeto educacional. Para ele, os problemas das escolasnão são somente um problema de currículo ou formação de professores, mas simque a sociedade toda coloque a educação como problema e assim contribuir parasubsidiar permanentemente propostas de tomada de decisões necessárias àexecução de planejamentos. Toda a comunidade ganha, os conselheiros escolaresse tornam grandes aliados. Fazer do PPP um instrumento de entendimento,estudando algumas questões elencadas a seguir, favorece as tomadas de decisõesno contexto escolar: o que se entende por projeto políticopedagógico e como é suaconstrução no cotidiano; como se dá a interferência das instâncias superiores naquestão da autonomia da escola para a sua elaboração; quais as condições queforam ofertadas para a realização de um trabalho sério

e comprometido com asdiscussões envolvendoacomunidade escolar; quedeterminações econdicionamentos ele sofre no atual contexto; dentro de quais relações de poder elese legitima; qual a importância que tem para o coletivo da escola; o que é um projetode escola e como está vinculado a um projeto de sociedade; existe coerência entre oregistrado no projeto e o que é realizado no dia a dia da instituição; até que ponto osprofissionais tem clareza teórica para a sua elaboração; o que os educadores temfeito para que a sociedade tenha claro que são intelectuais e que produzemconhecimento; quais são as funções dos educadores enquanto intelectuaisorgânicos na sociedade (GRAMSCI 1986); como o conhecimento vai se legitimardentro da escola; qual saber a escola deve difundir, como e a quem; que tipo deeducação e sociedade se pretende; pela falta de formação inicial e/ou continuadaem serviço a prática dos profissionais se altera ou não se altera; qual a funçãosocial, política e filosófica da escola. Infelizmente, essas questões relacionadas ao projeto políticopedagógico namaioria das vezes são desconhecidas por muitos profissionais da educação. O apoio do pedagogo é fundamental no encaminhamento dessas questões, aele compete fazer um levantamento da realidade escolar para que o planejamentoseja de fato, adequado a ela para garantir um trabalho de êxito. A partir da análisedessas inquietações, se compreenderá melhor a importância do projeto político-pedagógico, buscando fazer da escola um espaço de aprendizagem e exercício da 14 16. democracia. Este planejar é entendido como um processo coletivo, no qual sãoenvolvidos todos da escola com o propósito de pensar sobre os melhores meios dese realizar uma boa tarefa.Tecer o projeto político-pedagógico exige acima de tudo a busca daidentidade de uma instituição, sua intencionalidade, seus compromissos, a busca deuma unidade coletiva e a vontade de mudar. Para isso é importante que o PPP sejaentendido na sua totalidade, na sua relação com a construção da autonomia daescola, além do seu papel na instituição de relações democráticas no cotidianoescolar.Observa-se que na prática escolar os conhecimentos das concepçõespedagógicas ainda são esparsos por uma grande maioria de docentes, em partedevido à grande rotatividade que há todo início de ano com professores trabalhandoem várias escolas, o que muitas vezes dificulta a organização de estudos que sepretende. A necessidade de articulação entre o projeto político-pedagógico e o fazereducativo acentua a necessidade de conhecimentos das várias concepçõespedagógicas, diferentes correntes teóricas são colocadas para os professores sem apreocupação de confrontálas entre si, o que faz com que as políticas neoliberaisganhem corpo, e sem o aprofundamento do que seja e quais seus impactos econseqüências na vida dos sujeitos, o estudo torna-se meramente uma avalanchede informações vazias e frágeis.Igualmente, os docentes não podem correr o risco de alienadamente ficaremdiscutindo ante as diferentes e adversas tendências pedagógicas, o que importa narealidade é refletir sobre o que estão por trás de pacotes educacionaisinternacionais, quais são as políticas, as propostas, as alternativas educacionaissugeridas aos países em desenvolvimento. É fundamental que cada profissional daeducação perceba as reais intenções que existem por trás de processos ideológicosque permeiam a estrutura da sociedade capitalista.A concepção histórico-crítica foi inspirada no materialismo histórico, e ofereceuma visão de totalidade, trás à tona a necessidade de promover discussões dentroda escola, de entender as contradições sociais. É a concepção que fundamenta opresente estudo e também a que fundamenta as Diretrizes Curriculares do Estadodo Paraná.As contraposições educacionais existem, há professores segundo Saviani(2007) neo-produtivistas (neo-escolanovistas, neo-construtivistas, neo-tecnicistas), 15 17. progressistas, e devem-se respeitar todos eles. São condições contraditórias,existentes, não dá para mudar isso.Mas o profissional necessita saber qual afinalidade educativa para não permitir a si próprio realizar, de maneira insuficiente,sua tarefa escolar. O ensino deve se ampliar e se completar com a formação decidadãos críticos, entretanto, o afêrro ao habitual, ao tradicional, ao costumeiro, leva-se à tendência de se aceitar por verdade o que é usual e estabelecido, o quecombina de certa forma muito bem com certa incapacidade de imaginação deprefigurar um novo estado de coisas, novas formas e novas visões que edifiquem odomínio da apropriação dos saberes científicos na instituição escolar.O ensino se encontra fora de foco quando se acredita numa verdadeabsoluta, numa certeza, é onde deve entrar o professorpesquisador com grandescritérios de análise, escolhendo sua linha de pensamento e segui-la. Conhecer qualconcepção pedagógica permeia o PPP, qual visão da totalidade de homem com seumundo, sua realidade, sua cultura, seu conhecimento e que escola, que ensino, queaprendizagem, que metodologia e que avaliação se quer, isso tudo é imprescindívelpara os profissionais. A análise do texto, do contexto, do meio, da história, o estudoepistemológico, faz o professor epistêmico e este faz a escola.Aos educadores cabe não ser negado o direito de ter tempo de sentar ediscutir, esses fatores devem ser considerados pela escola, pelo diretor e pelopedagogo, uma proposta séria e organizada de ações como uma política da escolaem seu interior acentua a percepção de educadores se perceberem sujeitos e nãodemonstrarem na fala a angústia quando não conseguem estabelecer a relaçãoentre a prática e a teoria. Sentem um descompasso entre a realidade da sala deaula, portanto, a fragilidade teórica tem na formação continuada em serviço umaatenção especial. Existem muitos projetos que são dignos de respeito, com grandequalidade, mas é necessário que a escola se preocupe com a socialização dosconhecimentos que concentrem em um número maior de seus membros.Segundo Alves (2007) a política neoliberal trás à tona muitas transformaçõespela ótica do trabalho, como alterações nas linhas de produção, toyotismo,flexibilização daforçade trabalho, qualificação, desemprego estrutural,competitividade, exigências de novas habilidades, estagnação de salários, perda dopodersindical,redesterceirizadas esubcontratadas, trabalhosincertos,informalidade, mecanismos de incentivo ao consumo e outros. Todos essesprocessos interferem sobremaneira no ensino, tentativas de ajustar a escola a esse16 18. novo contexto são grandes, como são grandes os impactos negativos para aeducação, pois este estado impõe uma lógica de exclusão social extensa e intensa.A escola não garante a integração e permanência no mundo do trabalho, não hágarantias de emprego, a formação é voltada para a adaptação ao mercado.Duarte ( 2001, p. 75), afirma: As questões relacionadas com a internacionalização e mundialização da economia, descentralização, competência, competitividade, faz com que a educação se configure como um produto mercadológico servindo aos interesses do capital. A escola passa a servir de espaço estratégico de interesses econômicos capitalistas, como meio de preparar mão-de-obra para a sociedade produtiva em fase de desenvolvimento.As idéias neoliberais defendem a sociedade dividida em classe e justificamque o acesso a posições sociais favoráveis depende do esforço de cada sujeito,uma vez que a oportunidade é dada a todos, portanto enfatiza o individual, não hápreocupação com as questões sociais e com o coletivo.Urge superar as contradições que existem, pois estas se pautam em enormedesvalorização do conhecimento científico, teórico e acadêmico. Têm-se queperceber no PPP uma reflexão coletiva, compreensão das políticas educacionais,coesão coletiva de todos no comprometimento com sujeitos, com vidas, e umavontade coletiva de zelar pela aprendizagem dos alunos e assim formar sujeitoscomprometidos com a transformação da própria história.Para Gramsci (1986) é necessário uma visão de mundo que seja capaz deconvencer a todos a entrar na luta pela conservação ou pela transformação dasociedade, cabendo-lhes escolher o que acham melhor de uma forma crítica. Asfunções ideológicas existentes inibem as condições que permitem a todos aintegração plena à cidadania.É somente através da educação que se pode propor uma ação política contraa alienação, a favor da promoção de ações políticas consistentes que valorizem oato educativo, o ato de ensinar, onde o conhecimento sistematizado e o saberhistoricamente acumulado sejam tomados como elementos básicos de referênciapara a organização do ensino. O projeto político-pedagógico é o grande eixonorteador de mudanças e conscientização da não submissão ao capital, a práxisencontra no PPP seu fundamento teórico articulada com os atos políticos epedagógicos onde a função política e a emancipação das camadas populares se17 19. façam notar. E essa emancipação dos sujeitos só se dará através de um sujeitoepistêmico, que compreenda o momento histórico, que participe de seu processoemancipatório, que possibilite a si mesmo uma efetiva participação nas lutas sociais. Através do trabalho, da disciplina, do esforço, da persistência e da vontade,os sujeitos não permanecerão meros espectadores, mas sim poderão colaborar paraque cada um tome nas mãos seu destino, e tal fato deve ser a essência de umprojeto-político. E ao sublinhar a importância deste, seu significado, as dificuldades,obstáculos e elementos facilitadores e dificultadores para sua elaboração esuperação dos problemas, evidencia-se a necessidade de mudança de atitude detodos no cotidiano da escola, a luta pela autonomia, pela democracia e pelacidadania significa conquistá-las incessantemente, todos os dias e por todos. Como esfera pública, a escola é aberta às lutas políticas, e os professorestanto podem desempenhar uma função conservadora quanto transformadora, masprecisam ser conscientes e conhecedores de sua atitude, isso se define comestudos e com lutas políticas. Não são raras as vezes que se enfrentam salas deaula superlotadas, grandes populações com diversidades culturais exorbitantes,professores que desconhecem especificidades teóricas, grandes exigênciasburocráticas, controle de cima para baixo, fundos e recursos insuficientes, umcurrículo oculto que favorece certos grupos sociais sobre outros com base na classesocial, raça e sexo, e outras tantas mazelas mais, fatos estes que têm conduzido àefetiva desqualificação e desvalorização dos docentes. Ao fortalecer as ações da escola, os problemas relacionados se minimizam,pois o PPP viabiliza em seu próprio interior, a sistemática que embasa açõespolíticas, concepções e valores inerentes à dignidade humana. Profissionais aptos acontribuir para a intervenção social interessados na superação de problemas sãoaspectos muitas vezes fáceis de proclamar, mas que exige trabalho coletivo rigorosopara cumprir. O PPP não deve ficar guardado em compartimentos fechados, tem-seque incentivar sua leitura para que todos conheçam sua linha epistemológica, oestudem, o discutam, o comparem com outras concepções pedagógicas, reflitam, ésomente assim que todos terão prazer em conhecê-lo para efetivá-lo no dia a dia. No que tange à cidadania, que é o que se espera do PPP, vale registrar queseu sentido é variável, mas sendo um conceito histórico, deve ser entendida a partirde que o ser humano só é cidadão quando tiver o direito de usufruir de todos os 18 20. processos que desencadeiem seu bem estar, como liberdade, bens materiais,sociais, políticos e culturais, satisfazendo assim a sua plena existência, tanto física,quanto subjetiva e social. Neste sentido, tem um conceito de totalidade, devendosignificar uma mudança radical nas relações que dizem respeito à cultura, àeconomia, às instituições, à política, enfim, uma mudança no modo de vida. Umasociedade consegue ser autônoma quando consegue escolher um conjunto depolíticas que sejam eficientes nos âmbitos econômicos e sociais. Constata-se queesta cidadania ainda está longe de ser consolidada numa sociedade capitalista. Porisso a luta é de todos. O desafio da escola é socializar conceitos de forma profunda,e esse processo tem no projeto político-pedagógico um aliado para que o caminhonão seja tão ermo. Os educadores com os mesmos objetivos, hão de chegar lá... Hámuitas lutas, mas a escola ainda é o espaço para se construir uma sociedadediferente, uma escola que ensina e que forma sujeitos. Uma escola voltada para ademocracia social e econômica, pois a educação para a cidadania tem comoobjetivo fazer avançar a igualdade, daí a relevância social

das ações coletivas, porisso se acredita que o projeto político-pedagógico deva estar realmentecomprometido com a práxis, com a formação um dos outros.Mesmo com todo esse potencial infelizmente sua utilização como instrumentode estudos e reflexão ainda não faz parte da rotina da escola. É preciso fazer comque sejam conhecidas as questões que o permeiam. Para Ludwig (2000, p.99)“pensa-se que essa contradição possa a vir a ser superada. Para tanto, fazsenecessário estimular a ocorrência de um salto qualitativo na prática de ensino quelhe é correspondente.” De todos se podem reclamar para o desempenho esclarecidode seu papel, isto é, a transmissão do saber sistematizado, o domínio das basescientíficas em que se assentam o vivificar e o renovar da pedagogia nos seusprincípios fundamentais.PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO COMO GESTOR DA GESTÃODEMOCRÁTICA NA ESCOLACom a Lei de Diretrizes e Bases LDB 9394/96 (1996, p. 32), a questão dagestão escolar passou a ser considerada prioridade, ressaltando a formademocrática e enfocando a participação de todos na construção de uma escolapública de qualidade e que desenvolva a autonomia, questões que devem culminarcom a emancipação dos sujeitos.É certo que a Constituição mais a LDB, 19 21. determinam de maneira não muito objetiva a necessidade de implantação deprocessos de gestão democrática nas escolas e nos sistemas de ensino, mas, dequalquer maneira, há avanços, e estes se norteiam pelo Projeto PolíticoPedagógicoda escola. O fundamento deste se encontra de certa forma na busca de se embutirmaior aprimoramento no processo pedagógico, o que permite à escola vivenciarverdadeiramente e com comprometimento a gestão democrática, um futuro melhornum processo que leve à melhoria da qualidade do ensino. Ele implica numa políticada instituição escolar, onde os saberes profissionais são, com certeza, os elementosprincipais da escola.O projeto político-pedagógico tem como pressupostos básicos a autonomia, agestão democrática e a participação. Desse modo, a gestão democrática como umde seus pressupostos, necessita desenvolver mecanismos para propiciar aparticipação de todos os segmentos escolares e comunitários nas decisões queprecisam ser tomadas. Como expressão da gestão democrática é comentado porVeiga (2004, p.87), que destaca como característica a democracia.[...] É um movimento de luta em prol da democratização daescola, que não esconde as dificuldades da realidadeeducacional, mas que não se deixa levar por elas, procurandoenfrentar o futuro com esperança e buscando novaspossibilidades e novos compromissos.Para que a escola seja realmente um espaço democrático e não se limite areproduzir a injusta realidade sócio-econômica em que está inserida deve-se criarum espaço para a participação e reflexão coletiva sobre o seu papel junto àcomunidade, e isso exige conhecimentos que conduzem à qualidade. A garantia doacesso à ela por si só não basta, ter condições para nela permanecer com sucessoé reflexo da qualidade que um processo democrático oferece.Como instrumentos de uma gestão democrática surgem as instâncias diretase indiretas de deliberação, como por exemplo, os conselhos escolares, tãoimportantes. Esses atores sociais devem ser o combustível para gerar participação ecompromisso no ambiente da escola.Num processo de autonomia, a escola se responsabiliza por suas ações,presta conta do que faz e permite a participação da comunidade. Mas para que aescola usufrua dessa autonomia é imprescindível que o sistema de ensino seresponsabilize e faça-se cumprir suas responsabilidades em todas as áreasnecessárias, só assim poderá exercer alguma autonomia. 20 22. Pela competência é capaz de agir e de decidir sobre aquilo que lhe convém erecusar o que não está de acordo com sua verdadeira função, que é formar einformar cidadãos. Portanto, a autonomia é sinônimo de responsabilidade e refere-seà construção coletiva e democrática de projetos que atendam aos anseios dacomunidade a que pertence visando o bem comum.No processo de reformulação das Diretrizes Curriculares do Estado doParaná, a base da sua elaboração foi um processo coletivo com a participação daspessoas da escola. Com amplo debate, seminários, encontros, atividades e eventos,o trabalho, através dos ecaminhamentos e acompanhamentos da Secretaria deEstado da Educação - SEED como mantenedora, e com o apoio dos NúcleosRegionais de Educação - NRE, culminou em 2005 com grande movimento de(re)organizaçãodos projetos políticos pedagógicos das escolas. Oacompanhamento, no sentido de manter a unidade do trabalho e auxiliar as escolasque necessitavam de ajuda, contou com programas de participação dos profissionaisda educação. Assim, a escola pode definir seus rumos, suas propostas,seus projetos específicos.A democratização da educação com vistas à qualidade, a busca pelasuperação de problemas, a escolha do caminho a percorrer, a forma de como sequer caminhar, são processos fundamentais para a elaboração e realimentação doprojeto político pedagógico e suas especificidades. Há muitos desafios, mas não sepode deixar de registrar os avanços conquistados nos últimos anos.Diante das potencialidades de um ambiente coletivo, o projeto político-pedagógico tem grande importância para se problematizar e concretizar experiênciasvividas coletivamente, de forma a resgatar o seu sentido, e isso precisa ganharespaço e identidade no contexto de numa gestão democrática com a participaçãoefetiva do pedagogo como pesquisador, dos professores, dos funcionários, alunos ecomunidade civil. O papel do pedagogo e sua atuação pedagógica nas instituiçõesescolares têm sua pertinência, abrangência e relevância, haja vista que seu trabalhose situa na clareza que se tem de seu papel profissional. Como lidar com certosdesafios, o compromisso com a instituição na elaboração do projeto político-pedagógico considerando os projetos especiais que a escola propõe minimizam osproblemas que precisam ser enfrentados no dia a dia. Saviani (1985, p.27), assimpronuncia: 21 23. [...] e pedagogo é aquele que possibilita o acesso à cultura, organizando o processo de formação cultural. É pois, aquele que domina as formas, os procedimentos, os métodos através dos quais se chega ao domínio do patrimônio cultural acumulado pela humanidade. E como o homem só se constitui como tal na medida em que se destaca da natureza e ingressa no mundo da cultura, eis como a formação cultura vem a coincidir com a formação humana, convertendo-se o pedagogo, por sua vez, em formador de homens.Ao pedagogo cabe, portanto, agir como mediador desse processo junto aosdemais profissionais da escola no sentido de viabilizar os momentos necessáriospara provocar as discussões, trazer ao grupo as reflexões necessárias no sentido deencaminhar o desenvolvimento de trabalhos com vistas a um Projeto PolíticoPedagógico que retrate com fidelidade a realidade e a problemática escolar, bemcomo as possibilidades de transformação para uma gestão democrática. Pimenta(1991, p. 186): Enfatiza a necessidade de a escola pública contar nos seus quadros com especialistas (pedagogos) que desempenhem a mediação entre a organização escolar e o trabalho docente de modo a garantir as condições favoráveis à consecução dos objetivos pedagógicos-políticos da educação escolarEle deve ser um grande estudioso e grande pesquisador do contexto escolar,conhecendo sua realidade, a realidade das famílias dos estudantes, investigandocoletivamente o cotidiano escolar, eis a grande questão. Um articulador e mediadorsistemático da organização do trabalho pedagógico na instituição junto aos demaisprofissionais. Viabilizar momentos de discussões contribui para que os serviçospedagógicos tenham como característica principal a gestão democrática, que, numaarticulação em torno da função social da escola, a democratização do conhecimentohistoricamente acumulado pela humanidade seja uma constante.Veiga (1998, p. 31), afirma: O projeto político-pedagógico, como projeto intenções, deve constituir-se em uma tarefa comum da equipe escolar e, mais especificamente, dos serviços pedagógicos e esse papel cabe ao pedagogo. A esses cabe o papel de liderar o processo de construção desse projeto pedagógico.Destacar a instituição escolar como lugar privilegiado para a elaboração deações como uma política no interior da escola, se estruturar em torno de problemase dificuldades, apontar caminhos através da formação do professor para a criação22 24. de espaços e tempos escolares que favoreçam processos coletivos de reflexão eintervenção na prática docente, é que reside a importância do papel do diretor e dopedagogo, pois ao criar condições facilitadoras na instituição de ensino indo a buscade referenciais para contextos mais amplos, tanto sociais, culturais, éticos,filosóficos, quanto políticos e ideológicos, trava-se um embate no combate aofracasso escolar.Ao considerar a autonomia e a participação coletiva construindo outro olharpossível sobre o processo ensino-aprendizagem, é garantir um processo formativo esistemático de tomada de consciência na mediação entre o trabalho como princípioeducativo, a práxis como princípio curricular e o direito de todos os alunos aoatendimento escolar, pressupostos que embasam o Curso Formação de Docentes,respaldados em alguns elementos considerados fundamentais no processo deformação continuada: o conhecimento produzido historicamente pelos homens e osvalores comuns a toda a humanidade. Saviani, (2001, p. 26) assim expressa esta relação: Sendo a educação a formação do homem, entendida em seu conceito amplo, ela não é outra senão o próprio processo de produção da realidade humana em seu conjunto. De outro lado, considerando-se que a natureza humana não é dada ao homem mas é por ele produzida sobre a base da natureza bio- física, a educação, em termos estritos, isto é, a educação enquanto atividade intencional, consiste no ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular,a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens.Evidencia-se como importante instrumento a vivência histórica, cultural esocial dos cidadãos como pessoas capazes de ver e rever seu proceder, construindocaminhos, percorrendo-os e transformando-os.Assim, a gestão democrática é uma meta e um processo a ser construído eaprimorado sempre, a cada dia, organizando, reorganizando e avaliando. E oprofessor, pelo diálogo com o outro, vai saber quem é, o que quer, como vê aeducação, como vê o aluno, a sociedade, o mundo. Segundo Veiga (2004), é dediscussões, diálogos, reflexões, análises e sínteses que naturalmente se erguerãoidéias para a construção do projeto pedagógico na prática: de dentro, edificado portodos, fruto das experiências, valores, atitudes e crenças.23 25. A democratização só se realiza plenamente quando está umbilicalmenteligada com a socialização da participação política, já que a democracia implica umprocesso de conquistas, de participação, de organização coletiva, de elaboração eprodução do conhecimento com vistas à transformação de uma realidade que sequer mais justa.FORMAÇÂO CONTINUADA EM SERVIÇO: ENTRE O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO E A PRÁXIS Conceber a formação continuada em serviço como aquela que ocorre naprópria escola é garantir um processo formativo que promova a construção de umaescola realmente democrática, concebida propositalmente no projeto político-pedagógico. Esta mediação se torna mais consistente quando, na busca de umcompromisso autêntico entre a comunidade escolar se reconheça suas possíveiscontribuições para o desenvolvimento institucional. Ao explicitar e fundamentar no PPP uma proposta de formação continuadaem serviço convém que esta ocorra em consonância com os objetivos queenalteçam a relação do ensinar e do aprender presente nas concepções deeducação e nas metas a serem alcançadas pela escola. É uma ação importante quedeve ser parte integrante do projeto político-pedagógico, oportunidade para que oprofissional possa sustentar sua prática diante de teorias e conhecimentoscientíficos, fomentando novas representações sobre as conexões educativas naescola. Ao privilegiar um processo de desenvolvimento profissional, privilegia-se aidentidade do sujeito, imbricado por histórias de vida, acesso aos bens culturais,superação de desafios das próprias dificuldades de atuação frente a dinâmica entreo projeto político pedagógico e o cotidiano. O papel do diretor e do pedagogo é criar

condições facilitadoras na instituiçãode ensino para que todos possam buscar referências para contextos mais amplos,sociais, culturais, éticos, filosóficos, políticos e ideológicos nos quais se situam, a fimde melhorar a qualidade dos serviços educacionais na sua totalidade. A articulação do PPP com uma política interna de formação continuada econdições de trabalho certamente contribuirão para que os educadores tenham umadefinição de concepção de educação para a emancipação num contexto de tantascontradições. A linha epistemológica que fundamenta filosoficamente a escola, afunção de cada um, o tempo que a comunidade escolar pode ter para discussão e 24 26. estudo, são condições necessárias para se atingir uma gestão democrática.Enquanto instrumento colaborador da construção da autonomia da escola aformação continuada é um importante espaço de reflexão e criação depossibilidades na busca de alternativas de transformação e superação dascontradições, tensões e conflitos. A não busca de conhecimentos representa retrocesso, acomodação, inércia.O professor evolui na medida em que se preocupa em melhorar sua capacidade deconhecer novas teorias, novas formas da aplicabilidade do conteúdo, novasmaneiras de interagir com seu aluno. Novas práticas possibilitam o crescimentocoletivo. Uma vez que a qualidade da aprendizagem depende, em boa parte, daqualificação dos educadores, o interesse em socializar o conhecimento correspondeem lutas políticas para que alunos das camadas populares se apropriem da riquezaintelectual. É visível a necessidade de critérios e cuidados na escolha de propostassérias, voltadas para favorecer situações que sejam realmente capazes de propiciarelementos que ajudem a todos, educadores e alunos, a avançar na compreensãodas necessidades que ora se enfrenta no trabalho educativo. O profissional precisasaber o que acontece na educação. Cabe aos docentes entenderem muito bem que enfoque se quer dar para aeducação: enfoque empresarial ou enfoque de uma gestão democrática? A tarefa dopedagogo é a de democratizar a escola, promover a participação, o conhecimentosistemático, perguntar que escola e que sujeito se quer. A partir do momento que opedagogo tem compromisso com a escola, ele pensa em melhorar, colher bonsfrutos através da reflexão e estudos constantes, pois é o responsável para fazer oPPP acontecer na prática dos docentes. Mas como organizar a escola para que o trabalho no seu interior não sejaalienado? Como essas questões são registradas no PPP? Qual a ideologia que estápor trás das políticas educacionais? O que as teorias têm a ver com tudo isso?Grande desafio se apresenta para aqueles que primam por transformações em seumodo de ser e de agir, abraçam idéias para o enfrentamento de dificuldades e vão àluta. E ao desbravar caminhos para que a escola se torne um espaço político,convém lembrar o que Saviani (2005, p. 107) tem a dizer: Quando entendemos que a prática será tanto mais coerente e consistente, será tanto mais qualitativa, será tanto mais 25 27. desenvolvida quanto mais consistente e desenvolvida for a teoria que a embasa, e que uma prática será transformadora à medida que exista uma elaboração teórica que justifique a necessidade da sua transformação e que proponha as formas da transformação, estamos pensando a prática a partir da teoria. Mas é preciso também fazer o movimento inverso, ou seja, pensar a teoria a partir da prática, porque se a prática é o fundamento da teoria, seu critério de verdade e sua finalidade, isto significa que o desenvolvimento da teoria depende da prática.A teoria e a prática são ações indissolúveis e simultâneas no trabalhopedagógico, ambas respondem pelas inquietações e indagações, entretanto, se nãohouver nesse sentido opções críticas e transformadoras, o caminho percorrido, alémde inseguro, se torna precário.Para haver transformação não pode haver conformismo, é necessárioestudar, saber que concepções da educação, que políticas, dialogar e trazer à tonatodas essas questões para dentro da escola. A sociedade capitalista não pensa emformar o homem integral, portanto, precisa-se pensar a história, conhecê-la, ela trásmomentos de reflexão, trás melhoria para a educação. É preciso ter clareza do quese quer, neste caso é imprescindível ensinar os alunos a ter hábitos de leitura muitosolidificados para que saibam interpretar o mundo com maior facilidade. Aorganização do trabalho pedagógico tem que ser comprometido com os alunos, docontrário o discurso se esvazia.A escola é responsável por tirar as pessoas de condições precárias? Todosos professores contribuem para que a democracia e a cidadania se cumpram? Opassaporte para a formação da cidadania é o conhecimento? Emancipar é a únicasolução? Como proceder para se viver condições de liberdade? Em resposta aestas questões, comunga-se com Ferreira (1993, p. 221) quando afirma: A educação para a cidadania precisaria empenhar-se em expurgar de cada homem... as fantasias, as ilusões e, quem sabe, as paixões, que em nada contribuem para o desenvolvimento de uma consciência crítica. Sob esse enfoque, a ingenuidade, para não dizer a ignorância, é profundamente negativa, já que a pessoa ingênua é facilmente enganada pelos detentores do poder. [...] Superar essas ingenuidades - aquela que sufoca o descontentamento ou aquela que se lança cegamente nos conflitos - é tarefa da educação.26 28. O PPP tem que advogar em favor da formação de novas consciências queajude a todos na realização de seus projetos, tanto pessoais, quanto sociais,políticos e culturais. Projetos que possibilite a superação de todo tipo de exploraçãoe da desigualdade existente, com uma nova consciência ecológica que propicie umarelação harmônica com a natureza. Uma formação cultural pela metade não é cultura, é alienação, não é umpasso em direção à cidadania. Libâneo (2004, p.30) assegura que:A escola é vista como um espaço educativo, uma comunidadede aprendizagem construída pelos seus componentes, umlugar em que os profissionais podem decidir sobre seu trabalhoe aprender mais sobre sua profissão. A organização e a gestãoda escola adquirem um significado bem mais amplo, para alémde referir-se apenas a questões administrativas e burocráticas.Elas são entendidas como práticas educativas, pois passamvalores, atitudes, modos de agir, influenciando asaprendizagens de professores e alunos.A escola precisa formar pessoas conscientes da realidade existencial, crítica,politizada, íntegra, sem preconceitos, solidária, responsável e livre. Pessoasempenhadas no seu crescimento pessoal, intelectual, zelosa com o crescimento dosoutros, sujeito de sua própria história e agente de transformação a fim de promover aconstrução de uma sociedade mais justa, fraterna, comprometida com o bem estarsocial. Pessoas que busquem sua plenitude de desenvolvimento pessoal e queacredite na liberdade e na igualdade pessoal, social e intelectual. Que sejaconsciente de sua cidadania, da dignidade do seu trabalho.A sociedade que se quer construir deve estar acima de tudo calcada norespeito aos direitos humanos, democrática, alicerçada nos valores em função deverdades que se descobre pela consciência crítica. Garantir no plano econômicojusta distribuição de renda, acesso igualitário aos bens materiais que permita umavida digna e honesta a todos. No plano político, gerar com respeito e honestidade ointeresse coletivo, possibilitando a diminuição das diferenças culturais, umasociedade coesa, coresponsável, que dê ao homem liberdade e condições parainvestigar o significado da vida.Cabe à escola a formação de pessoas sintonizadas com uma liberdadecomprometida assumindo a construção de sua própria história numa propostaeducacional que seja transformadora, com ações que se edificarão pela pesquisa de 27 29. novos conhecimentos. É assim que se alcança e convive com a verdadeira PRÁXISeducativa. Dessa forma, tem-se uma educação que envolvendo o conhecimentocientífico, sistematizado, porém, sem adestramento. Nesta ótica a formaçãocontinuada em serviço é uma grande aliada para a efetivação do PPP, pode nãoresolver todos os problemas, pois apesar de se acreditar no poder da educação aescola não é a salvadora da pátria. Há pessoas que somente estão interessadas naparticipação de um projeto de formação continuada pela certificação, mas pode serum dos trajetos necessários.CONSIDERAÇÕES FINAISO presente artigo trata de questões relativas ao projeto político-pedagógico enestas considerações retomou-se a problemática central: a inquietação pelacomplexidade que se encontra no interior das escolas, bem como a preocupaçãocom o seu objetivo maior diante dos seguintes questionamentos: o Projeto PolíticoPedagógico é um instrumento de construção da autonomia, da democracia e dacidadania da escola tendo como foco a formação continuada de seus membros e deque forma estas questões são contempladas no PPP? Como fazer a articulação dasindagações que devem ser assimiladas com as reais necessidades das práticasprofissionais? Até que ponto os estudos repercutem nas práticas dessesprofissionais?Os apontamentos em relação ao projeto políticopedagógico, seus princípios,história e legislação, demonstram que a educação é um direito do cidadão e, comotal, implica em responsabilidade de toda a sociedade, e que a função social daescola, além de ser político-pedagógica, interfere na realidade de forma intencional,sistemática e organizada, pois formar e informar o sujeito significa fazê-lo perceber ocaminho a seguir, despertando nele potencialidades dormentes que o levarão acuidar de seu destino e comandar a sua vida. Fazê-lo perceber que precisa se armarde conhecimentos, tendo liberdade com responsabilidade e sabedoria que o leve acriar valores dentro de si, é ter consciência de uma plena cidadania.Para compreender as formas de organização do trabalho pedagógico pelaanálise do projeto político-pedagógico da escola e sua relação com a formaçãocontinuada em serviço foi preciso abordar as diversas alterações na política, suasconseqüências, e desvelar os conceitos dos termos autonomia, democracia ecidadania no contexto atual.28 30. A necessidade de ampliar horizontes para outros olhares e outras reflexõessabendo que na construção de um projeto político-pedagógico o mais difícil é de fatoefetivá-lo, este estudo permite a tomada de postura mais consciente frente àstransformações que se verificam na escola observando que a sua identidade e ados profissionais se constrói no dia a dia, no coletivo. É o fazer docente que faz omovimento entre o conhecimento cotidiano e o científico. A escola pesquisadaassegura em seu projeto maior a formação para a cidadania, para a democracia eemancipação dos sujeitos. E isto acontece por meio de uma gestão democrática,pela participação de todos: alunos, profissionais e comunidade civil, representadapelos conselheiros escolares. Mas cabe a cada um dos sujeitos envolvidos a buscade maior clareza teórica, a busca das causas do distanciamento em projetos deformação continuada. Convém que haja consonância entre a teoria e a prática paratodos os profissionais da educação. É impossível as coisas acontecerem sem desafios. A formação continuadaem serviço contempla de forma significativa condições mais concretas de melhoriapara a educação, pesa sobre os professores um grande comprometimento com olocal de trabalho, a escola, pois é nessa que desemboca toda prática educativa. Oprojeto político-pedagógico é um instrumento de apoio, é ele que irá contribuir paraque mudanças aconteçam. Não se pode dizer que ele será a salvação, mas será ocaminho mais viável para que as concepções de educação, homem, mundo,currículo, sociedade e valores se traduzam na sala de aula em instrumentos efetivospara que se consiga construir uma sociedade sem desigualdades. As contradições existem, também se constata a existência de algunspercalços, estes estabelecem certas dificuldades no processo de construção doprojeto político-pedagógico e conquista da autonomia e emancipação. Estespercalços seriam resistências de âmbitos diversos no interior da escola, constanterotatividade do corpo docente, a fragilidade de alguns professores em relação aosconceitos teóricos que envolvem o processo educativo e, principalmente, o poucoespaço/tempo para discussão entre a comunidade escolar. É necessário, portanto, aexistência de um espaço maior para a realização de cursos considerando os diasletivos..Percebeu-se que a contradição está em todo lugar, uns caminham para umlado, outros para o outro. A escola tem que intervir de maneira política e sensívelpara superação de modelos educacionais negativos. O diálogo é a melhor maneira 29

31. política para as superações e a ação que se desenvolve no coletivo é que vai darsustentação e ânimo para a transformação manifestada na vivência ética da vidadiária. Os indivíduos são subservientes do imediatismo, da mídia e a escola tem quedetonar processos que podem não dar conta no momento, mas que na práticamuda. É preciso sair da contramão. Desenvolver práticas de superação, através daarticulação dos grupos com a formação continuada, cada um se deixando a sipróprio ter vez e voz, a emancipação advém, mas é preciso ver-se como um sersocial, pois todos fazem a história.A construção, a implementação e a efetivação do projeto político-pedagógicona prática não é tarefa fácil. Se fosse, todas as escolas já seriam democráticas,autônomas e cidadãs. Há muitas lacunas a serem preenchidas. O grande desafiopara construir a verdadeira função da escola é socializar os conhecimentos, é atransmissão e assimilação dos saberes científicos, é o trabalho coletivo, a vontadede mudar, pois como diz o ditado, “uma andorinha só não faz verão”. A conquista daautonomia, da democracia e da cidadania se fará sentir sempre. A formaçãocontinuada é uma dentre tantas ações que contribuirá para que a escola percebasuas necessidades diárias e tome iniciativas para superá-las, eliminando, cada vezmais, intervenções externas. E para que essas ações se efetivem, é necessário quetodos os profissionais estudem o PPP, saibam de sua filosofia, colaborem com suaconstrução, avaliando-o, implementando-o cotidianamente.O enfrentamento dos desafios, responsabilidades para a tomada de decisões,necessita o agir com coerência, com rigor, com cautela e ter atitudes que sejamcondizentes com as de um pesquisador constante, um estudioso e colocar emprática o que sabe. Deve-se exigir dos governantes que as leis sejam cumpridas,que coloquem na mídia intelectuais orgânicos da educação para os grandes debatesna TV, não permitindo que qualquer profissional faça publicidade da educação. Nãohaverá transformações se ninguém as provocar, antes de tudo é uma questão deatitude que deve ser assumida. É loucura acreditar que as estruturas são suficientespara transformar o ser humano, mas é outra loucura crer que basta transformar o serhumano sem tocar nas estruturas. Ambos os trabalhos devem ser empreendidos aomesmo tempo e com o mesmo rigor. E tudo isso muda, se todos mudarem.Durante o levantamento de dados para a pesquisa, percebeu-se que grandemaioria dos profissionais da educação estão sempre atentos e interessados no seudesenvolvimento profissional e no seu progresso, faltando, muitas vezes,30 32. oportunidades estratégicas apropriadas para uma ampla visão do panoramaeducacional.A concepção teórica que perpassa as políticas educacionais do Estado doParaná e subsidia a prática educativa mediante as Diretrizes Curriculares otimiza aspráticas escolares, neste sentido, o diálogo é importante, ter consciência do como,do porque, é mais importante ainda. A coerência entre a teoria e a prática écondição essencial para o estabelecimento de parâmetros que se pretende ter parareencontrar a essência da escola e a sua razão de existir.Só um sistema universalizado de ensino estará em condições de enfrentar odesafio da construção da cidadania, objetivo maior da escola. Universalização estaabsolutamente compatível com generoso rigor, isto é imprescindível. E a escola serevela como mediadora potencial e eficaz para a universalização da educação.O processo é dificultado quando se tem as visões de cidadania que têmnorteado as atuais reformas educacionais do país, onde a visão de qualidade comodomínios de conteúdos especificados em parâmetros e diretrizes privilegiam aprodutividade, a efetividade, a eficiência, a eficácia, a excelência, as competências eas habilidades como adequação às demandas das empresas e das indústrias,portanto como produto, em detrimento de uma cidadania plena.A escola favorece meios que contribuem para que o indivíduo alcance apossibilidade de usufruir de bens materiais, sociais, culturais e políticos parasatisfazer uma existência que seja digna. Prezar, portanto, pela formação de umsujeito ativo na luta para a transformação da sua realidade é um posicionamento quepermite elevar o ensino como finalidade maior da escola, fazendo do projeto político-pedagógico um instrumento para essa construção, e nessa perspectiva pensar aformação em serviço como uma política da instituição é relevante, pois os saberesprofissionais são componentes essenciais.Minimizar o valor do PPP e deixá-lo ficar guardado em compartimentosfechados é um impedimento a que todos conheçam a linha epistemológica que oconduz. Portanto, é necessário que seja estudado, discutido e comparado comoutras teorias, que reflitam sobre sua importância. Somente assim, os profissionaisterão prazer em conhecê-lo para efetivá-lo. Mesmo reconhecendo a necessidade deplanejar, os profissionais acham perda de tempo dedicar-se à leitura do PPP.Planejar apresenta-se como algo muito complexo. Para a maioria não é essencial emesmo o que é planejado não é colocado em prática.31 33. O pedagogo é a âncora do trabalho educativo. Ele deve mover a escola, ointeresse que mudanças venham a se concretizar reduzindo o fracasso escolar sedá através e a partir de atitudes, que muitas vezes ficam comprometidas devido àgrande rotatividade de professores com vários locais de atuação, várias disciplinas emais a precariedade do salário, que são fatores determinantes para possíveisempecilhos e desmotivação. Incentivar a realização de cursos onde osquestionamentos possam surgir e fluir, comparar as diferentes posições teóricas, oaumento da clareza referente aos potenciais inerentes a ações, a introdução denovos repertórios de conhecimentos decorrentes da produção científica de váriosestudiosos são processos fecundos para a renovação de idéias e não podem sernegligenciados, entretanto, é preciso começar a dar uma direção política efetiva parao momento histórico, elaborando e reelaborando o pensar sobre a natureza humanae social em confronto com a realidade, disso advém a práxis.Ao garantir um processo formativo que promova a tomada de consciência namediação entre o trabalho como princípio educativo, a práxis como princípiocurricular e o direito ao atendimento escolar como pressupostos que embasam oCurso Formação de Docentes, consideram-se como elementos fundamentais noprocesso de formação continuada o conhecimento produzido historicamente peloshomens e valores comuns a toda a humanidade.O presente estudo demonstrou que a educação é uma prática social que seefetiva nas relações sociais, portanto requer uma forma de organização eplanejamento sistemático que viabilize e concretize ações e projetos que contribuampara o desenvolvimento e aprimoramento de todos os seus membros, e estecertamente é o projeto político-pedagógico. Há lacunas, mas estas podem sertransponíveis na medida do possível.A superação de uma cultura para a emancipação, aqui entendida comoestratégia epistêmica dos sujeitos, só será possível quando a participação, aautonomia e a atitude democrática se esvaziar de discursos que dependem deconcessões, pois a cidadania não se concede, se realiza e se constrói a cada dia.As questões relacionadas no presente estudo estão teoricamente contempladas noprojeto político-pedagógico, mas correm o risco de esvaziamento, já que podem serpraticadas em outras dimensões e conceitos, que condizem mais com o sensocomum, restringindo-se à consciência do querer acertar, mas muitas vezes sem umateoria pedagógica que ajude pensar a prática docente.32 34. São várias as ações bem intencionadas, porém, desarticuladas, cuja análisepoderá subsidiar a organização do trabalho escolar em consonância com o projetopolítico-pedagógico. Divulgar, conscientizar, mobilizar, estudar e discutir no interiorda escola é conclamar a todos para que persigam com determinismo os mesmosobjetivos: alcançar a escola ideal, a escola que ensina, pois isso é tarefa de todos osbrasileiros com forte determinação política. Não se pode permitir a sistemática dadestruição do esclarecimento.O enfrentamento dos desafios visando mudanças, transformações eproposição de inovações se dá através de uma vigorosa preparação cultural ecientífica dos docentes, pois a eficiência da educação depende, em sua maior parte,da formação do educador, não apenas no que diz respeito à natureza do fenômenoda educação, aos seus fundamentos científicos e à suas funções sociais, mastambém a tudo que contribui para elevar a um nível de alta dignidade o trabalho doprofessor, porque é em torno dele que gravita toda a obra da educação e dela é quepartem e irradiam as mais poderosas influências, tão vivas que continuam a exercer-se pela própria projeção.Em decorrência, o que se pode afirmar é que está emergindo uma grandeoportunidade histórica para o desenvolvimento das potencialidades do educador,têm-se como exemplo o Plano de Desenvolvimento Educacional - PDE do Paraná,que é um projeto de formação continuada, um instrumento de valorização dosprofessores que vai possibilitar diálogo entre os profissionais e a escola, além deassegurar condições e meios para progredir no trabalho, em estudos posteriores, oque leva à priorização do desenvolvimento da autonomia intelectual e cidadania.Mas convém realçar que não se podem determinar os rumos que ele irá tomar, jáque cabe ao homem transformar e decidir seu próprio caminho. A luta é política, écomplexa, falta consciência coletiva, por isso se exige estratégias culturais e fortesalianças sociais. A luta é de todos, é inevitável sua contribuição na vida dosprofessores.O PDE impactou a educação no Paraná. As conquistas congregadas noEstado estimulam e favorecem a luta por uma escola comprometida com ofortalecimento do poder dos seus alunos e profissionais e com a construção de umasociedade pautada por equidade e justiça social. Identificou-se que o caminhar jánão é tão solitário, muitos educadores seguem juntos, com o mesmo objetivo: comopreservá-los e ampliá-los, em tempos neoliberais, é o grande desafio.33 35. Levar para o interior da escola um projeto de formação continuada exigeresponsabilidade, exige pesquisa, exige leitura. Formar para o exercício dacidadania numa relação harmônica com o pedagógico da escola é fortalecer ademocracia. O PPP tem que garantir estes espaços. Impasses e obstáculos existem,mas superar é possível.A responsabilidade é grande... o compromisso idem... o fazer acontecer é necessário... há que ressaltar ...que a luta é de todos!REFERÊNCIASALVES, Giovanni. Empregabilidade, Reestruturação Produtiva, NovasQualificações e Empregabilidade. Online. Acesso 12 dez 2007. Disponível naInternet in: http://www.pde.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=89ARANHA, Maria Lucia de Arruda. História da educação. 2 ed. São Paulo: Moderna,1996.ARCO-VERDE, Yvelise Freitas Souza. Primeiras Reflexões para a ReformulaçãoCurricular da Educação Básica no Estado do Paraná. Superintendência daEducação. Secretaria de estado da Educação, 2003, Curitiba/PR______. Introdução às Diretrizes Curriculares. Superintendência da Educação.Secretaria de estado da Educação, 2003, Curitiba/PRARAUJO, ROBERTA N. O curso normal e a formação da cidadania : realidadeou utopia. Universidade Estadual de Londrina, 2006.BOFF, Leonardo. 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