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Zanoni por Edward Bulwer-Lytton Prefácio de Zanoni: comentário preliminar Zanoni, de Bulwer Lytton - essa obra de excepcional envergadura, que, sob a forma contemporânea do romance, é uma grande epopéia esotérica e idealista. Zanoni, impresso em Inglês em torno de 1.842, foi trazido para nosso idioma aos cuidados de um hábil intérprete, cuja elegante tradução foi publicada pela Livraria Hachette (1.867, 2 vols. in 12 fólios). Infelizmente, por motivos que nos escapam, os responsáveis pela edição Francesa entenderam ser dispensável o Prefácio, que, na realidade, constitui não só a introdução literária, como também a chave mágica de toda a obra. Julgamos essas poucas páginas omitidas de uma importância tal, que não hesitamos, com o consentimento de quem de direito, em reparar o esquecimento de um primeiro tradutor. Por mais bizarro que possa parecer o oferecimento ao público de um prefácio isolado do texto que o motiva, eis estas páginas preliminares, ilustradas com algumas anotações substanciais. Avaliar as partes respectivas da verdade, do simbolismo e da ficção, não apenas no contexto do Prefácio como também nas peripécias do romance, é fazer apreciação pessoal. Assim, não tomaremos a liberdade de emitir nenhuma conjetura a esse respeito. 1 De qualquer maneira, Bulwer Lytton vos previne disso em várias passagens, ó Leitores curiosos dos oráculos da Magia, “vós, a quem chegarão estas páginas sibilinas, plenas de enigmas sombrios e misteriosos” guardaivos de crer em magníficos excessos de imaginação. As aparências podem enganar... O Público profano abomina ou menospreza a Verdade desnuda. Ela escandaliza os Tartufos que velam seu rosto multiplicando os sinais da cruz, e ri dos céticos que se permitem, sob os seus olhos, indecentes gracejos ou olhares criminosos. Se a mais alta Sapiência é, por vezes, reduzida a tomar a máscara e o bastão da Loucura, não será para melhor se disfarçar diante das babas venenosas de todos os fanatismos e do ultraje das 1 Download (/download/link/zanoni-edward-b-lyttonpdf) indiferenças obscenas? Zanoni é um livro cheio de revelações e de arcanos. Sob um véu de delirante fantasia, o autor ocultou as tradições secretas da Rosa- Cruz e até o longínquo repositório de fraternidade mais antigas All materials on our website are shared by users. If you have any questions about copyright issues, please report (/document/report/zanonie ocultas ainda, de que a Ordem instituída por Rosenkreutz é apenas o último prolongamento: “Venerável edward-b-lyttonpdf) us to resolve them. We are always happy to assist you. Sociedade, tão sagrada e tão pouco conhecida, vós, cujos arquivos secretos e preciosos forneceram o material desta narração: vós que conservastes de Século em Século tudo o que o tempo poupou da Ciência venerável e augusta; e graças a vós que hoje, pela primeira vez, o mundo irá conhecer, imperfeitamente, por certo, os pensamentos e os atos de um Membro de vossa Ordem cujos títulos não são nem falsos, nem tomados de empréstimo. Vários impostores usurparam a glória de vos pertencer; vários pretendentes mentirosos foram colocados entre os vossos, pela ignorância pedante que até hoje está reduzida por sua impotência a confessar que nada sabe de vossa origem, de vossos ritos e de vossas doutrinas, que nem mesmo sabe se ainda há na terra um lugar que vós habiteis. “É graças a vós que eu, o único de meu País a quem neste Século foi dado pôr um pé indigno em vossa misteriosa academia, recebi de vós poder e mandato para colocar ao alcance dos espíritos profanos algumas das resplandecentes verdades que reverberavam na Grande Shemaia da sabedoria Caldaica e que projetavam ainda luminosos reflexos através da Ciência obscurecida de vossos discípulos mais recentes, quando eles buscavam, como Pselus e Jâmblico, reanimar o fogo que crepitava nos Hamarim do Oriente. É bem verdade que nós, cidadãos de um mundo velho e arrefecido, já não temos o segredo deste nome que, segundo os antigos oráculos da Terra, se precipita nos mundos do infinito; mas podemos e devemos assinalar a renascença das verdades de outrora, em cada nova 212 ZANONI - EDWARD B LYTTON.PDF descoberta do astrônomo e do químico. As Leis de atração, de eletricidade e desta Força mais misteriosa views by maria-elisabeth-olendzki ainda do grande Princípio vital - o qual, se desaparecesse do universo, deixaria, em lugar do universo, uma on Mar 10, 2016 Category: Download: 0 tumba -, todas essas Leis eram apenas o código em que a antiga Teurgia hauria as regras que erigiu em Report (/document/report/zanoni-edwardComment: 0 DOCUMENTS legislação e ciência. 2 b-lyttonpdf) “Ao procurar construir, com palavras incompletas, os fragmentos desta estória, parece-me que, em uma noite (/category/documents.html) solene, percorro as ruínas de uma vasta cidade de que só restam túmulos. Da urna e do sarcófago, evoco o Share Share gênio do Archote apagado, e essa aparição tanto se assemelha a Eros, que às vezes não sei qual de vós dois me inspira... ó amor! ó morte!... Em vão buscamos saber a que ramo da Fraternidade Rosa-Cruz Bulwer Comments Lytton se afiliara. O seu conhecimento cabal das tradições secretas da Ordem permite-nos, todavia, afirmar relações diretas. Desejosos de precisão, se possível, a esse respeito, voltamo-nos para um personagem que sabemos ter vivido na mais estreita intimidade com o Cabalista romancista; porém, esse testemunho da vida quotidiana do Mestre não nos pôde dar satisfação quanto a esse ponto capital de nossa questão. Em compensação, consentiu em nos esclarecer diversos detalhes de interesse maior - e não poderíamos encerrar melhor este Comentário Preliminar, do que transcrevendo algumas linhas de sua resposta: “... Eu já notara, com pesar, a omissão do Prefácio na tradução Francesa de Zanoni publicada por Hachette. Alegra-me saber Description que o senhor tem a intenção de reparar essa omissão... Não me seria possível dizer com precisão até que ponto Bulwer Lytton travou conhecimento com os adeptos da Rosa-Cruz, nem até que ponto ele considerava Download Zanoni - Edward B Lytton.pdf os ensinamentos deles. O lado místico do seu espírito, embora muito forte, sempre foi dominado pelo lado prático e por um alto bom senso, que o fazia tão pouco homogêneo, por assim dizer, com os místicos da sua Transcript época, que me seria difícil precisar a sua atitude quanto à eles e à suas doutrinas. A sua personalidade era, também, muito complexa. Caberia dizer que havia nele diversos homens (o místico, o racional, o artista, o Zanoni por Edward Bulwer-Lytton Prefácio de Zanoni: comentário preliminar Zanoni, de Bulwer Lytton - essa obra homem do mundo) que em nada se assemelhavam. Creio que os seus estudos astrológicos o deixaram muito de excepcional envergadura, que, sob a forma contemporânea do romance, é uma grande epopéia esotérica e indiferente, para não dizer cético, com relação a essa ciência tal como subsiste hoje... “Por razões muito idealista. Zanoni, impresso em Inglês em torno de 1.842, foi trazido para nosso idioma aos cuidados de um hábil longas para serem explicadas aqui, ele era mais afeito à Geomancia. Por várias vezes eu o ouvi rir de certos intérprete, cuja elegante tradução foi publicada pela Livraria Hachette (1.867, 2 vols. in 12 fólios). Infelizmente, Cabalistas modernos. Por outro lado, era, sem dúvida, versado na literatura e nas tradições de todas as por motivos que nos escapam, os responsáveis pela edição Francesa entenderam ser dispensável o Prefácio, ciências ocultas e de todas as filosofias místicas. “Estudara a fundo alguns aspectos da Magia - e, creio poder que, na realidade, constitui não só a introdução literária, como também a chave mágica de toda a obra. Julgamos dizer que ele possuía alguns dos dons naturais tão imprescindíveis à prática da magia, que sem eles todas as essas poucas páginas omitidas de uma importância tal, que não hesitamos, com o consentimento de quem de fórmulas de nada servem... (24 de Janeiro de 1.891)” Stanislas de Guaita 3 direito, em reparar o esquecimento de um primeiro tradutor. Por mais bizarro que possa parecer o oferecimento INTRODUÇÃO É possível que entre os meus leitores haja alguns poucos que ainda se recordem de uma ao público de um prefácio isolado do texto que o motiva, eis estas páginas preliminares, ilustradas com algumas antiga livraria, que existia, há alguns anos, nas imediações de COVENT GARDEN; digo poucos, porque anotações substanciais. Avaliar as partes respectivas da verdade, do simbolismo e da ficção, não apenas no certamente, para a grande maioria das pessoas, muito escasso atrativo possuíam aqueles preciosos volumes contexto do Prefácio como também nas peripécias do romance, é fazer apreciação pessoal. Assim, não que toda uma vida de contínuo trabalho havia acumulado nas empoeiradas estantes do meu velho amigo D***. tomaremos a liberdade de emitir nenhuma conjetura a esse respeito. 1 Ali não se encontravam tratados populares, nem romances interessantes, nem Histórias, nem descrições de De qualquer maneira, Bulwer Lytton vos previne disso em várias passagens, ó Leitores curiosos dos oráculos da viagens, nem “Biblioteca para o povo”, nem “Leitura recreativa para todos”. O curioso, porém, podia descobrir Magia, “vós, a quem chegarão estas páginas sibilinas, plenas de enigmas sombrios e misteriosos” guardai-vos de ali uma rica coleção de obras de Alquimia, Cabala e Astrologia, que um entusiasta conseguiu reunir e que, em crer em magníficos excessos de imaginação. As aparências podem enganar... O Público profano abomina ou toda a Europa, talvez, era a mais notável em seu gênero. O seu proprietário havia despendido uma verdadeira menospreza a Verdade desnuda. Ela escandaliza os Tartufos que velam seu rosto multiplicando os sinais da fortuna na aquisição de tesouros que não deviam ter saída. Mas o velho D. não desejava, na realidade, cruz, e ri dos céticos que se permitem, sob os seus olhos, indecentes gracejos ou olhares criminosos. Se a mais vendê-las. O seu coração não se sentia bem, quando um freguês entrava em sua livraria; ele espiava os alta Sapiência é, por vezes, reduzida a tomar a máscara e o bastão da Loucura, não será para melhor se movimentos do intruso, lançando-lhe olhares vingativos; andava ao redor dele, vigiando-o atentamente; fazia disfarçar diante das babas venenosas de todos os fanatismos e do ultraje das indiferenças obscenas? Zanoni é carrancas e dava suspiros, quando mãos profanas tiravam dos seus nichos algum dos seus ídolos. Se, por um livro cheio de revelações e de arcanos. Sob um véu de delirante fantasia, o autor ocultou as tradições acaso, a alguém atraia uma das sultanas favoritas do seu encantador harém, e o preço dado não lhe parecia secretas da Rosa- Cruz e até o longínquo repositório de fraternidade mais antigas e ocultas ainda, de que a ser demasiado exorbitante, muitas vezes era duplicado esse preço. Se vacilasse um pouco, o proprietário com Ordem instituída por Rosenkreutz é apenas o último prolongamento: “Venerável Sociedade, tão sagrada e tão vivo prazer, lhe arrebatava das mãos a venerável obra que o encantava; se aceitasse as suas condições, o pouco conhecida, vós, cujos arquivos secretos e preciosos forneceram o material desta narração: vós que desespero se pintava no rosto do vendedor; e não eram raros os casos que, no meio do silêncio da noite, conservastes de Século em Século tudo o que o tempo poupou da Ciência venerável e augusta; e graças a vós tinha bater à porta da moradia do freguês, pedindo-lhe que lhe vendesse, nas condições que desejasse, o que hoje, pela primeira vez, o mundo irá conhecer, imperfeitamente, por certo, os pensamentos e os atos de um livro que batia comprado, pagando-lhe tão esplendidamente o preço estipulado. Um crente admirador do seu Membro de vossa Ordem cujos títulos não são nem falsos, nem tomados de empréstimo. Vários impostores Averrois e do seu Paracelso, ele sentia a mesma repugnância, como os Filósofos que havia estudado, em usurparam a glória de vos pertencer; vários pretendentes mentirosos foram colocados entre os vossos, pela comunicar aos profanos o saber que tinha adquirido. Sucedeu, pois, que, nos anos juvenis da minha ignorância pedante que até hoje está reduzida por sua impotência a confessar que nada sabe de vossa origem, existência e da minha vida literária, senti um vivo desejo de conhecer a verdadeira origem e as doutrinas da de vossos ritos e de vossas doutrinas, que nem mesmo sabe se ainda há na terra um lugar que vós habiteis. “É estranha seita a que se dá o nome de “Rosacruzes”. 4 graças a vós que eu, o único de meu País a quem neste Século foi dado pôr um pé indigno em vossa misteriosa Não satisfeito com as escassas e superficiais informações que, acerca deste assunto, se pode achar nas academia, recebi de vós poder e mandato para colocar ao alcance dos espíritos profanos algumas das obras comuns, opinei que talvez na coleção do Sr. D., que era rica, não só em livros impressos, como também resplandecentes verdades que reverberavam na Grande Shemaia da sabedoria Caldaica e que projetavam ainda em manuscritos, encontrasse alguns dados mais precisos e autênticos sobre aquela famosa Fraternidade, luminosos reflexos através da Ciência obscurecida de vossos discípulos mais recentes, quando eles buscavam, escritos, quiçá, por algum dos Membros da Ordem, e que confirmassem, com o valor da sua autoridade e com como Pselus e Jâmblico, reanimar o fogo que crepitava nos Hamarim do Oriente. É bem verdade que nós, certas particularidades, as pretensões à sabedoria e à virtude que Bringaret atribuía aos sucessores dos cidadãos de um mundo velho e arrefecido, já não temos o segredo deste nome que, segundo os antigos oráculos Caldeus e dos Ginosofistas. De acordo com estas suposições, encaminhei os meus passos ao dito local, o da Terra, se precipita nos mundos do infinito; mas podemos e devemos assinalar a renascença das verdades de qual era, indubitavelmente (embora eu tenha que me envergonhar disso), um dos meus passeias prediletos. outrora, em cada nova descoberta do astrônomo e do químico. As Leis de atração, de eletricidade e desta Força Porém, não existem, acaso, nas crônicas dos nossos próprios dias, erros e enganos tão obscuros, como os mais misteriosa ainda do grande Princípio vital - o qual, se desaparecesse do universo, deixaria, em lugar do dos Alquimistas dos tempos antigos ? E possível que até os nossos periódicos vão parecer à nossa universo, uma tumba -, todas essas Leis eram apenas o código em que a antiga Teurgia hauria as regras que posteridade tão cheios de ilusões, como aos nossos olhos parecem os livros dos Alquimistas; e, talvez, achem erigiu em legislação e ciência. 2 até estranho que a imprensa é o ar que respiramos, quando este ar é tão nebuloso ! Ao entrar na livraria, “Ao procurar construir, com palavras incompletas, os fragmentos desta estória, parece-me que, em uma noite notei em um freguês de venerável aspecto, a quem nunca antes ali havia encontrado, e cuja presença solene, percorro as ruínas de uma vasta cidade de que só restam túmulos. Da urna e do sarcófago, evoco o chamou a minha atenção. Surpreendeu-me também o respeito com que era tratado pelo colecionador, de gênio do Archote apagado, e essa aparição tanto se assemelha a Eros, que às vezes não sei qual de vós dois me ordinário desdenhoso. - Senhor, - exclamou este, com ênfase, enquanto eu estava folheando o catálogo, - nos inspira... ó amor! ó morte!... Em vão buscamos saber a que ramo da Fraternidade Rosa-Cruz Bulwer Lytton se quarenta e cinco anos que levo dedicado a esta classe de investigações, é você o único homem que tenho afiliara. O seu conhecimento cabal das tradições secretas da Ordem permite-nos, todavia, afirmar relações encontrado digno de ser meu freguês. Como pode nestes tempos tão frívolos, adquirir um saber tão profundo diretas. Desejosos de precisão, se possível, a esse respeito, voltamo-nos para um personagem que sabemos ter ? E quanto a esta augusta Fraternidade, cujas doutrinas, vislumbradas pelos primeiros Filósofos, lhes ficaram vivido na mais estreita intimidade com o Cabalista romancista; porém, esse testemunho da vida quotidiana do sendo misteriosas, diga-me se existe realmente, na terra, um livro, um manuscrito, em que se possam Mestre não nos pôde dar satisfação quanto a esse ponto capital de nossa questão. Em compensação, consentiu aprender as descobertas e os ensinamentos dessa Sociedade ? Ao ouvir as palavras “Augusta Fraternidade”, em nos esclarecer diversos detalhes de interesse maior - e não poderíamos encerrar melhor este Comentário excitou-se muito a minha curiosidade e atenção, e escutei com avidez a resposta do desconhecido. - Eu não Preliminar, do que transcrevendo algumas linhas de sua resposta: “... Eu já notara, com pesar, a omissão do julgo - disse o velho cavalheiro - que os mestres da dita escola tenham revelado ao mundo as “suas Prefácio na tradução Francesa de Zanoni publicada por Hachette. Alegra-me saber que o senhor tem a intenção verdadeiras doutrinas, a não ser por meio de obscuras insinuações e parábolas místicas”, e não os censuro de reparar essa omissão... Não me seria possível dizer com precisão até que ponto Bulwer Lytton travou por sua discrição. Depois de ter dito estas palavras, calou-se e parecia que ia retirar-se, quando eu me dirigia conhecimento com os adeptos da Rosa-Cruz, nem até que ponto ele considerava os ensinamentos deles. O lado o colecionador, dizendo-lhe, de um modo algo brusco : - Não vejo em seu catálogo, Sr. D., nada que tenha místico do seu espírito, embora muito forte, sempre foi dominado pelo lado prático e por um alto bom senso, que referência aos Rosacruzes. 5 o fazia tão pouco homogêneo, por assim dizer, com os místicos da sua época, que me seria difícil precisar a sua - Os Rosacruzes ! - repetiu o velho cavalheiro, olhando-me fixamente, com certa surpresa. - Quem, a não ser atitude quanto à eles e à suas doutrinas. A sua personalidade era, também, muito complexa. Caberia dizer que um Rosacruz, poderia explicar os mistérios Rosacruzes ? E o Sr. poderá imaginar que um membro dessa havia nele diversos homens (o místico, o racional, o artista, o homem do mundo) que em nada se seita, a mais zelosa de todas as Sociedades Secretas, tenha querido levantar o véu que oculta ao mundo a assemelhavam. Creio que os seus estudos astrológicos o deixaram muito indiferente, para não dizer cético, com Isis da sua sabedoria ? Ah ! Pensei eu comigo, esta será, pois, a “Augusta Fraternidade” de que falou. relação a essa ciência tal como subsiste hoje... “Por razões muito longas para serem explicadas aqui, ele era Louvado seja o céu ! Com certeza, topei agora com um membro dessa Fraternidade - Porém, - respondi em mais afeito à Geomancia. Por várias vezes eu o ouvi rir de certos Cabalistas modernos. Por outro lado, era, sem voz alta, - aonde poderia eu, senhor, obter alguma informação, se não se encontra nos livros ? Em nossos dúvida, versado na literatura e nas tradições de todas as ciências ocultas e de todas as filosofias místicas. dias, não pode um literato arriscar-se a escrever sobre qualquer coisa, sem conhecê-la a fundo, e quase nem “Estudara a fundo alguns aspectos da Magia - e, creio poder dizer que ele possuía alguns dos dons naturais tão se pode citar uma frase de Shakespeare, sem citar ao mesmo tempo o titulo da obra, o capítulo e o versículo. imprescindíveis à prática da magia, que sem eles todas as fórmulas de nada servem... (24 de Janeiro de 1.891)” A nossa época é a época dos fatos, senhor, a época dos fatos. - Bem, - disse o ancião, com um amável Stanislas de Guaita 3 sorriso; - se nos virmos outra vez, poderei talvez, ao menos, dirigir as investigações do senhor à fonte mesma INTRODUÇÃO É possível que entre os meus leitores haja alguns poucos que ainda se recordem de uma antiga do saber. E, ditas estas palavras, abotoou o, sobretudo, chamou com um assobio o seu cão, e saiu. Quatro livraria, que existia, há alguns anos, nas imediações de COVENT GARDEN; digo poucos, porque certamente, dias depois da nossa breve conversação na livraria do Sr. D., encontrei-me de novo com o velho cavalheiro. para a grande maioria das pessoas, muito escasso atrativo possuíam aqueles preciosos volumes que toda uma Eu ia tranqüilamente a cavalo em direção a Highgate, quando, ao pé da sua clássica colina, distingui o vida de contínuo trabalho havia acumulado nas empoeiradas estantes do meu velho amigo D***. Ali não se desconhecido, que ia montado em um cavalo preto, e diante dele marchava o seu cão, preto também. Se você encontravam tratados populares, nem romances interessantes, nem Histórias, nem descrições de viagens, nem encontrar, prezado leitor, o homem que deseja conhecer, cavalgando ao pé de uma longa subida, de onde “Biblioteca para o povo”, nem “Leitura recreativa para todos”. O curioso, porém, podia descobrir ali uma rica não pôde se afastar muito, por certa consideração de humanidade à espécie animal, a não ser que ande no coleção de obras de Alquimia, Cabala e Astrologia, que um entusiasta conseguiu reunir e que, em toda a Europa, cavalo de estimação de algum amigo que lhe emprestou, julgo que seria sua a culpa, se não o alcançasse talvez, era a mais notável em seu gênero. O seu proprietário havia despendido uma verdadeira fortuna na antes dele chegar em cima da colina. Em suma, favoreceu-me tanta a sorte que, ao chegar a Highgate, o aquisição de tesouros que não deviam ter saída. Mas o velho D. não desejava, na realidade, vendê-las. O seu velho cavalheiro me convidou a descansar um pouco em sua casa, que estava a curta distância da povoação; coração não se sentia bem, quando um freguês entrava em sua livraria; ele espiava os movimentos do intruso, e era uma casa excelente, pequena, porém confortável, com um vasto jardim, e das suas janelas gozava-se lançando-lhe olhares vingativos; andava ao redor dele, vigiando-o atentamente; fazia carrancas e dava suspiros, de uma vista tão bela que seguramente Lucrécio a recomendaria aos Filósofos. 6 quando mãos profanas tiravam dos seus nichos algum dos seus ídolos. Se, por acaso, a alguém atraia uma das Em um dia claro, podia-se distinguir perfeitamente as torres e as cúpulas de Londres; aqui estava o tranqüilo sultanas favoritas do seu encantador harém, e o preço dado não lhe parecia ser demasiado exorbitante, muitas retiro do eremita, e lá longe o “mare-magnum” [ Grande Mar, relacionado ao “mar” de informações vezes era duplicado esse preço. Se vacilasse um pouco, o proprietário com vivo prazer, lhe arrebatava das mãos bibliográficas arrebanhadas para ajudar os cientistas e universitários do mundo inteiro ] do mundo. As paredes a venerável obra que o encantava; se aceitasse as suas condições, o desespero se pintava no rosto do dos principais aposentos estavam decoradas com pinturas de um mérito extraordinário, pertencentes àquela vendedor; e não eram raros os casos que, no meio do silêncio da noite, tinha bater à porta da moradia do alta escola de arte que é tão mal compreendida fora da Itália. Eu fiquei admirado ao saber que essas pinturas freguês, pedindo-lhe que lhe vendesse, nas condições que desejasse, o livro que batia comprado, pagando-lhe haviam sido feitas pela mão do mesmo proprietário. As demonstrações da minha admiração pareceram tão esplendidamente o preço estipulado. Um crente admirador do seu Averrois e do seu Paracelso, ele sentia a agradar ao meu novo amigo, e levaram-no a falar sobre este ponto, e notei que ele não era menos inteligente mesma repugnância, como os Filósofos que havia estudado, em comunicar aos profanos o saber que tinha no que se referi a às teorias da arte, do que consumado na prática da mesma. Sem querer molestar o leitor adquirido. Sucedeu, pois, que, nos anos juvenis da minha existência e da minha vida literária, senti um vivo com juízos críticos desnecessários, não posso deixar, entretanto, de observar, a fim de elucidar em grande desejo de conhecer a verdadeira origem e as doutrinas da estranha seita a que se dá o nome de “Rosacruzes”. 4 parte o desígnio e o caráter da obra, à qual estas páginas servem de introdução, digo, não posso deixar de
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